EGO EDITORA
  • Início
  • Catálogo
    • Arte
    • Autoajuda
    • Cadernos
    • Clássicos
    • Crónica
    • Ensaio
    • Ficção
    • Ficção Histórica
    • Guia
    • Humor
    • Infantil
    • Memórias
    • Puericultura
  • Autores
  • Notícias
  • Contactos
  • Ebooks Gratuitos
  • Início
  • Catálogo
    • Arte
    • Autoajuda
    • Cadernos
    • Clássicos
    • Crónica
    • Ensaio
    • Ficção
    • Ficção Histórica
    • Guia
    • Humor
    • Infantil
    • Memórias
    • Puericultura
  • Autores
  • Notícias
  • Contactos
  • Ebooks Gratuitos
Search

Black Friday!

Sexta-feira, 24 de novembro, entre as 0h00 e as 24h00 aproveite o desconto de 20% em todos os livros do catálogo da Ego. Vão ser 24h inteirinhas com livros ao melhor preço do ano! Não perca esta oportunidade!
Imagem

"(...) faltava-me a motivação e ela veio sob a forma de um plágio que fizeram a algo que escrevi, em que simplesmente riscaram o meu nome e assinaram por baixo."

Imagem
Estivemos à conversa com Rui Conceição, autor do livro “RUIM”, que reúne os melhores textos humorísticos publicados na página de Facebook com o mesmo nome, para percebermos de onde vem e para onde quer ir.
1 - Para quem não te conhece, quem é o Rui Conceição?
Sempre quis falar sobre mim na terceira pessoa, por isso, o Rui Conceição é, acima de tudo, uma pessoa igual às outras com os mesmos problemas, manias e frustrações. A única coisa diferente que o Rui Conceição fez da maioria delas foi passar isso tudo para palavras através das redes sociais. Pelo caminho, o Rui Conceição apaixonou-se de forma obsessiva pela escrita - humorística na sua grande maioria - estando agora numa relação séria com a mesma. E como em todas as relações, há coisas boas e coisas más. Acima de tudo sou uma pessoa comum, um típico Zé e penso que isso transparece bastante na forma e no conteúdo do que escrevo.

2 – O livro surge na sequência da tua página “Ruim”. Como surgiu a ideia de criar a página?
A ideia da página até nem foi minha. Várias pessoas incitaram-me a fazê-lo, talvez fartas do meu feitio contestatário e opinador, aconselharam-me a tal. No entanto, faltava-me a motivação e ela veio sob a forma de um plágio que fizeram a algo que escrevi em que simplesmente riscaram o meu nome e assinaram por baixo. Foi nesse momento que percebi que se algo feito por mim merece essa honra, então havia de facto mais nas minhas palavras do que inicialmente pensei. Inicialmente o “Ruim” possuía um cariz mais pessoal e intimista e era costume relatar episódios passados da minha vida (alguns vêm no livro), contudo, a coisa amadureceu para algo completamente diferente consegui definir um estilo único e próprio. Não foi nada planeado, até porque o Ruim nunca teve um fio condutor de lógica, mas foram as próprias pessoas que me começaram a seguir as responsáveis por este amadurecimento.

3 – Há muita gente que te vai (re)descobrir com o livro. Em que achas que o teu humor se diferencia dos demais?
A minha abordagem ao humor confunde algumas pessoas e ainda bem que assim o é. Gosto de surpreender quem me acompanha e tento manter sempre um registo o mais original possível sem cair em repetição. No mesmo dia podes ler uma personificação dos dias da semana em cinco princesas e um lobo mau, assim como um desabafo sobre velhas em farmácias, contudo, a minha intenção nunca é fazer uso do “shock value” ou da polémica para fazer com que as piadas funcionem. Porque é isso o que me interessa: fazer rir. E como não tenho um registo certo (ou uma cor de humor definida) fico com uma maior liberdade de movimento nos temas e na forma como os abordo. Isto por vezes causa gera alguma confusão entre as pessoas e é nesses momentos que percebo que estou a fazer as coisas bem. Não sou melhor ou pior que este ou aquele, pois qualidade é sempre algo subjectivo aos nosso gosto pessoal. Muitos ficam surpreendidos quando digo que gosto bastante do Rui Sinel de Cordes. É verdade. Também gosto do Benny Hill, se vamos por aí. O que interessa, no final de contas, é fazer rir. E se consigo fazer rir uns e outros não, ainda bem. De certeza que haverá um outro que consegue fazer rir estas pessoas.

4 - Quem são as tuas referências? O que gostas de ler?
A verdade é que a nível de escrita humorística as minhas referências são bastante simplórias, pois nunca tive um ou mais autores de referência. Acho que sou mais uma amálgama de influências que vão desde o Herman José ao Trey Parker e Matt Stone (“South Park”). Fui influenciado por um largo espectro de autores, criadores e comediantes em vários formatos, mas o meu gosto por ler e escrever começou aos 6 anos com o Astérix e o Tintin. Rendi-me ao “A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar” do Ricardo Araújo Pereira, pois considero-o o mais brilhante livro sério sobre comédia escrito em português. Por norma, tudo o que vem do RAP eu consumo, pois obriga-me a pensar muito mais do que a rir. Isto pode ser uma desilusão para muitos, mas eu não sou assim tão "bookworm" quanto julgam. E sim, continuo a ler comics aos 35.

5 – Tens vindo a aumentar a tua base de fãs diariamente, tens parcerias com várias marcas e agora surge o livro. Até onde te imaginas a ir?
Sinceramente, não é algo em que pense muito. Estou mais ciente do que não quero fazer e isso envolve fazer da minha paixão o meu meio de subsistência. O passado ensinou-me que fazer da paixão um meio de pagar as contas, apenas a destrói. Deixaria de fazer as coisas porque quero, mas porque tem de ser. O livro é, sem dúvida, o concretizar de um sonho antigo e não queria ficar por apenas um. Talvez me aventure numa novela gráfica com o Jaime Lopes (ilustrador do livro) dado termos uma excelente química de trabalho. Gostaria também de escrever algo de raiz totalmente pensado para o formato livro. Agora vou fazer um espectáculo ao vivo no Porto e outro no Seixal, depois disso, logo verei para onde a agulha aponta. Por agora, quero apenas aproveitar o presente. Os meus 15 minutos de fama já estão a durar mais do que deviam, por isso, deixem-me gozá-los.

O livro RUIM, de Rui Conceição está prestes a chegar

Imagem
Rui Conceição é o autor da página de facebook RUIM, que agora a ego publica em livro. Trata-se da compilação dos melhores textos da página, com a inclusão de textos originais do autor, de ilustrações de Jaime Lopes e prefácio de Quimera. 
Brevemente disponível. Mais um livro a não perder!

"Há quem acredite (...) que ainda existem intelectuais e que os livros ainda podem mudar o que quer que seja (...). Acho que quem acredita nisso se encontra verdadeiramente equivocado."

Imagem
João Oliveira Duarte publicou este mês o livro "Uma Biblioteca contra o Inferno", no qual descreve o extraordinário legado de Bento de Jesus Caraça, intelectual pouco conhecido da maioria dos portugueses, mas cujo trabalho foi bastante relevante nos tempos obscuros do Estado Novo.
Estivemos à conversa com o autor para percebermos melhor quem é e o que o move no mundo da literatura.
1 - Para quem não o conhece, quem é o João Oliveira Duarte?
Nasci em Lisboa, estudei Direito durante alguns anos mas acabei por fazer o curso de filosofia na Universidade de Lisboa. De momento, estou a fazer o doutoramento em História de Arte na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. 

2 - Sempre teve a ambição de publicar um livro, neste caso, um ensaio?
Nunca tive ambição de publicar o que quer que seja. O pouco que fui publicando aqui e ali deveu-se a obrigações académicas – hoje só sobrevive na academia quem obedecer a critérios nada inteligentes de produtividade – ou então a pequenos gostos de origem inconfessável.

3 – O que o levou a escrever sobre o Bento de Jesus Caraça?
É uma história algo comprida, que começa com uns textos para uma revista literária da qual não tenho especial orgulho – fui director-adjunto enquanto durou e felizmente durou pouco. Depois de acabar a revista, perguntaram-me se não queria aprofundar aqueles pequenos textos que nunca chegaram a ser publicados. 

4 – Qual o impacto que acha que este livro poderá ter na sociedade portuguesa?
Há uma pequena conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze em que o eclipse da figura do intelectual é desenhada e as suas consequências retiradas. Esta figura, que começa com Zola e o caso Dreyfus, no século XIX, e que acaba com Jean-Paul Sartre em 1980, faz parte de uma “atmosfera”, chamemos-lhe assim, em que os livros ainda tinham alguma forma de impacto, mesmo que fosse, muitas vezes, de forma equivocada. Parece-me que com o fim da figura do intelectual, a possibilidade desse impacto desapareceu. Há quem acredite no contrário, que ainda existem intelectuais e que os livros ainda podem mudar o que quer que seja – jornalistas, acima de tudo, cheios de boa vontade. Acho que quem acredita nisso se encontra verdadeiramente equivocado. 

5 – Qual a sua ambição literária, até onde se imagina ir?
Não tenho nem nunca tive qualquer tipo de ambição literária. Mas acho interessante a sobrevivência de umas certas características da “função autor”. 

6 – Que autores o inspiram?
Num trabalho como este a inspiração não tem lugar. A filosofia, a crítica e o ensaio, contrariamente à literatura e à arte, não têm nem nunca tiveram musas. Chegam sempre depois, após estas terem abandonado o local do crime. Mas há “diálogos”, apesar de não gostar muito desta palavra. Neste texto em concreto, é inegável a presença de Michel Foucault e de Jorge Luis Borges, num primeiro momento, um conjunto de autores (Schiller e Marx, por exemplo) em que a questão da antiguidade é colocada e, por último, uma peça atribuída a Ésquilo. Acima de tudo, e descontando a óbvia presença dos escritos de Bento de Jesus Caraça, tentei que diversos textos interviessem de forma local ao longo do livro, convocados por questões precisas. 

7 – Tem planos para próximos títulos?
Havia o plano de publicar uma versão modificada da tese de mestrado. Mas como é um texto já antigo onde, apesar de concordar ainda com as teses gerais, há um certo tom e estilo no qual já não me revejo, terei de decidir se está publicável ou não. Isto, acrescido do facto de se publicar demasiado em Portugal, deixa-me, no mínimo, relutante.

Uma Biblioteca contra o Inferno
​o novo título de João Oliveira Duarte

Imagem
Em 1941, a Europa e Portugal viviam um dos períodos mais negros da sua história, a primeira envolvida numa guerra que matará milhões de pessoas e deixará um rasto de destruição sem paralelo e o segundo mergulhado na longa noite do fascismo de onde só emergirá a 25 de Abril de 1974.
Nesse mesmo ano, Bento de Jesus Caraça, então professor de matemática e conhecido intelectual com ligações ao PCP, fundava a Biblioteca Cosmos, uma colecção de divulgação cultural e científica sem paralelo no país. Com um milhão de exemplares vendidos entre 1941 e 1948, num país em que a taxa de analfabetismo rondava os 70%, a Biblioteca Cosmos será uma resposta possível ao inferno que então se vivia.

Com lançamento público a anunciar em breve, este é um livro que pretende interrogar as diversas dimensões, da política à concepção de conhecimento e ciência, que estão inscritas nesta colecção. Uma biblioteca no inferno. Uma biblioteca contra o inferno.

"É preciso travar quem assassina em massa, quem viola povos, quem desrespeita os Direitos Humanos com total naturalidade."

Imagem
Paulo Jorge Pereira, jornalista, é o próximo autor a ver uma obra sua publicada na Ego. O livro "Filhos da Primavera Árabe" relata a história dramática e comovente de uma família síria que decide, no meio do caos, fugir para a Europa, trazendo os seus dois filhos ainda bebés. É um livro forte, duro mas necessário. Uma autêntica pedrada no charco, que pretende chamar a atenção para o drama dos refugiados e agitar consciências de quem prefere olhar para o lado.
Estivemos à conversa com o autor para percebermos melhor quem é e o que o move no mundo da literatura.

1 - Para quem não o conhece, quem é o Paulo Pereira?
Nasci em Lisboa há 46 anos, estudei em Alfragide e Benfica antes de entrar na Faculdade. Comecei em Sociologia no ISCTE, mas, como a paixão por Jornalismo já vinha da adolescência, pedi transferência para a Universidade Nova, onde me licenciei em Ciências da Comunicação. No penúltimo ano do curso, uma oportunidade surgiu para estagiar no jornal A Bola, graças a um Homem notável chamado Carlos Pinhão, seguindo-se quase 25 anos de trabalho em jornais.

2 - Enquanto jornalista, sempre teve a ambição de escrever ficção?
A maior ambição, que vai muito além da profissão de jornalista, é escrever, algo que adoro desde criança, tal como ler. São duas faces essenciais da minha vida que, ainda por cima, foram estimuladas quer pelos meus pais, quer por professores de excelência que fui tendo ao longo do percurso académico. Escrever tornou-se um hábito feito ofício que fui exercendo todos os dias como se as palavras fossem barro e eu um oleiro ou mármore e eu um escultor. Sabia que escrever e ler me faziam muita falta, mas só no final do ano passado, quando fui forçado a deixar o jornal onde trabalhava, percebi que era fundamental continuar a escrever, mesmo que numa base diferente, ou seja, com a ficção como prioridade. Aqui foi fundamental a São, minha namorada, cuja persistência em convencer-me a escrever algo de maior fôlego se tornou determinante.

3 – O que o levou a escrever sobre o Médio Oriente? A crise dos refugiados interessa-o particularmente?
A situação do Médio Oriente é algo de terrível com que convivemos há muito tempo, demasiadas vezes fingindo que está longínqua e não nos diz respeito, mesmo que as barbaridades ali cometidas entrem em nossas casas todos os dias. Vale a pena lembrar que foi o mundo ocidental a definir as fronteiras daquela região, sem qualquer tipo de consideração por quem lá vivia, pelas suas convicções e identidade cultural. Ao longo do tempo, o ódio e a violência foram instigados na sombra por quem muitas vezes se dizia defensor de soluções pacíficas quando, no terreno, se dedicava à venda de armamento. Estamos, portanto, perante mais um caso de gritante hipocrisia diplomática que se divide por muitos responsáveis e, claro, tem as principais potências à cabeça. A crise dos refugiados interessa-me como deve interessar a todos, porque a Humanidade já viveu situações desta gravidade e as imagens da II Guerra Mundial, quando tantos europeus tiveram de fugir, deveriam estar bem presentes na memória de todos. Mas, de cada vez que é eleito um populista ignorante como Trump ou Orbán, só para dar dois exemplos, estamos a criar as condições para maltratar pessoas como nós que apenas querem viver em paz. A Europa, os Estados Unidos e o Mundo em geral devem acolher quem foge da guerra, porque existe a obrigação moral de receber e enquadrar as pessoas e não de tratá-las como se fossem todas terroristas. Cabe à segurança distinguir eventuais infiltrados e fazer o seu trabalho. 

4 – Acha que este livro poderá alterar mentalidades na sociedade portuguesa? 
Se o livro pudesse contribuir para alterar mentalidades na sociedade portuguesa isso teria um significado muito especial! A intenção ao escrevê-lo foi deixar uma chamada de atenção aos mais distraídos, porque aquilo que está a acontecer na Síria é um dos mais bárbaros exemplos de como a Humanidade não deve funcionar. É preciso travar quem assassina em massa, quem viola povos, quem desrespeita os Direitos Humanos com total naturalidade. Não passou assim tanto tempo desde que a maior parte do Mundo se sacrificou para travar um bando de loucos assassinos. No entanto, parece que já muita gente se esqueceu dos custos que isso implicou.

5 – Qual a sua ambição literária, até onde se imagina ir? 
Acima de tudo, quero escrever bem. Não escrevo para prémios ou para qualquer tipo de reconhecimento público, escrevo porque sinto necessidade de o fazer. E por me considerar um idealista, sempre a acreditar no que dizia o professor John Keating d' "O Clube dos Poetas Mortos", interpretado por um génio chamado Robin Williams: "Não importa que alguém vos diga o contrário - palavras e ideias podem mudar o Mundo."      

6 – Que autores o inspiram?
Gabriel García Márquez acima de todos, não só pela sua escrita fascinante, mas também porque a origem é jornalística. Fernando Pessoa, Chico Buarque, Camões, Jorge Amado, Florbela Espanca, Carlos Drummond de Andrade, Vargas Llosa, Juan Rulfo, Isabell Allende, António Lobo Antunes, Lídia Jorge, Ernest Hemingway, enfim, a lista é extensa, não dá para ser exaustivo.

7 – Tem planos para próximos títulos?
Tenho planos para contar mais histórias. Assim haja oportunidade para o fazer.

Prémio Camões para o poeta Manuel Alegre

Imagem
O poeta português Manuel Alegre é o vencedor da edição de 2017 do Prémio Camões. O prémio foi anunciado na Biblioteca Nacional brasileira, depois da deliberação do júri no Rio de Janeiro, no Brasil.
Manuel Alegre afirmou que recebeu a notícia de atribuição do Prémio com "serenidade e alegria", considerando que o reconhecimento maior é o que vem dos seus leitores.

"Saber que existem (...) crianças e adolescentes que podem sentir-se inspirados pela leitura dos meus livros (...) é um sonho."

Imagem
1 - Para quem não o conhece, quem é Ricardo Costa Correia?
Quando falamos de nós próprios existe uma tendência para não falarmos realmente sobre quem somos. Mas o Ricardo é um jovem de 39 anos, que sempre foi considerado tímido e reservado. Nasci em Lisboa em 1978, na Baixa da cidade, estudei em Campo de Ourique por influência familiar. Primeiro no GILCO - Grémio de Instrução Liberal de Campo de Ourique , depois na Preparatória Manuel da Maia e na Secundária Machado de Castro, antes de ter de sair do bairro para me ir dedicar aos estudos superiores no ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Ainda que a carreira de estudos tenha sido muito vocacionada para a área da matemática e dos números, mantive sempre um enorme gosto pela escrita que reforçava sempre que tinha de fazer trabalhos ou compor relatórios. 

2- Como e quando começou a escrever? 
Não tenho uma ideia sequer que me diga "Começaste a escrever nesta ou naquela data". Aprendi a ler muito cedo. No início dos anos 80 em Portugal não havia ainda o hábito de se deixarem as crianças nos jardim-escola e como tal, acabaria por ser criado pelos meus avós maternos e especialmente a minha avó, com a sua infinita paciência ensinou-me a ler e a escrever em tenra idade. Nessa altura, relembro ainda uma pessoa amiga dos meus avós que tinha na altura uma extensa coleção de livros dos quais me chegou a oferecer alguns. Foi também graças a ele que aprendi a recitar quase de cor os reis das quatro dinastias reinantes em Portugal. Já na escola primária gostava de fazer composições mas também recordo que o primeiro texto mais longo que escrevi foi num trabalho de grupo por altura do segundo ano de ciclo preparatório em que tínhamos de criar uma história original baseada nos livros de "Uma Aventura" da Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Se tivesse de datar algo como o meu "início de escrita" teria de ser mais ou menos por essa altura. Ainda fiz mais um outro texto mais longo ao longo dos anos de escola, mas nunca cheguei a publicar nenhum deles.

3 – O que é que o atrai mais na História de Portugal? Há alguma época ou reinado específico que desperte mais a sua curiosidade?
A História de Portugal é absolutamente fascinante no seu todo. Tenho pena que muitas das vezes faltem as fontes para se conseguir aprofundar mais o seu conhecimento, mas de tudo o que existe permite ainda conhecer-se muito mais do que está nos livros de História. Há na nossa História diversos períodos e acontecimentos que se destacam pela forma como sucederam. Se tivesse de começar pelo início, a formação do Condado Portucalense e a Reconquista que se seguiu. As crises sucessórias, os problemas gerados pela consanguinidade na família real, os descobrimentos. A dinastia de Bragança e o período absolutista. O Marquês de Pombal, a queda da monarquia... São tantos os episódios que dificilmente conseguiria escolher um sem que de alguma forma se relacionasse com outros. Há contudo um período da História de Portugal riquíssimo e muito pouco explorado que me entusiasma e que é o que se segue à derrota e desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer Quibir. O período que conhecemos como Filipino e que teve como rei D. Filipe II de Espanha (I de Portugal) foi de uma riqueza histórica incomparável. Desde uma sociedade que se mostrava insubordinada, aos nobres comprados pelo ouro e promessas espanholas, à inquisição que realmente acompanhava as ordens de um monarca dono de um território onde o sol nunca se punha... É um período que merece muito mais estudo e sobre o qual ainda desejo aprofundar muito mais. 

4 – Que livro gostaria de ter sido o Ricardo a escrever?  
Tantos... Tenho a ideia que o primeiro livro "sério" que li foi "Os três Mosqueteiros" do Dumas. É uma história de uma riqueza, descrição e cor únicas na corte absoluta francesa. Mas para escrever, o que mais gostaria de ter escrito era "A queda de um anjo" do Camilo Castelo Branco. É uma das mais ricas histórias que conheço (a par com mais autores portugueses e não só) e que consegue apresentar uma crítica tão contundente que ainda hoje é actual. Saber escrever com essa contemporaneidade é um dos traços que mais admiro em Camilo e que me leva a dizer que gostaria de ter sido eu a escrevê-lo.

5 – Qual a sua ambição literária, até onde se imagina ir?  
Aqui está algo que não sei responder... De uma coisa eu tenho a certeza e que gostaria de fazer parte de um Plano Nacional de Leitura. Saber que existem potenciais crianças e adolescentes que podem sentir-se inspirados pela leitura dos meus livros e que possam eles próprios caminhar por criar boas obras literárias é um sonho. Quando comecei a escrever o "Segredo dos Bragança" foi apenas porque considerei que era um exercício que eu precisava de fazer por mim, que me permitia explorar algumas ideias que estavam na minha cabeça e fugiam ao âmbito dos blogues onde escrevia então. Foi assim que nasceu "O Segredo dos Bragança". Nessa altura, a ambição passava por publicá-lo num formato de livro para que todos o pudessem apreciar à sua própria maneira. Agora que esse passo já foi dado, só o futuro poderá dizer o que mais vem pelo caminho. Mas seguramente não quero deixar de escrever e deixar estas histórias para o futuro... 

6 – Que autores o inspiram?
Muitos. Tantos que possivelmente me vou esquecer de alguns. Nos últimos meses dediquei-me à leitura de Ken Follett. O trabalho dele com o "Pilares da Terra" é fantástico. Sou assumidamente um "fanboy" e como tal, li e reli Tolkien, George R.R. Martin, C.S. Lewis e muitos outros. Acho que demorei demasiado tempo até ter descoberto a sério os autores portugueses. Nos tempos de escola, "Os Maias" eram leitura obrigatória. Eu gostei muito da obra, mas sinto que fui obrigado a lê-la demasiado cedo. Demorei alguns anos até que à beira dos trinta consegui ler o livro completo e entusiasmar-me ao ponto de o ter como um dos meus títulos preferidos. Eça de Queirós está por isso para mim num patamar muito especial. Tambem Camilo Castelo Branco ocupa para mim um lugar muito especial. Há muitos outros autores e obras que foram para mim especiais num ou outro período, mas seria demasiado fastidioso aqui enunciar todos. 

7 – Tem planos para próximos títulos?
Estou neste momento em processo de escrita de um segundo título. Aventurei-me no período histórico de 1580 a 1640 e isso tem-me levado a pesquisa e mais pesquisa e a episódios da História que são realmente interessantes, não só em Lisboa, mas um pouco por todo a Península Ibérica. Não sei quanto tempo irá ainda demorar, mas o primeiro leitor que tenho de satisfazer sou eu próprio, e só quando me sentir pronto para isso é que estarei em condições de apresentar esse novo título.

Feira do Livro de Lisboa

Imagem
Este ano, a Feira do Livro de Lisboa irá decorrer como habitualmente no Parque Eduardo VII, de 1 a 18 de junho. A Ego estará representada no Pavilhão da sua distribuidora, a DistriNews II, com o número A30, localizado na zona verde clara, no corredor do lado esquerdo , de quem está no Marquês. 
Os autores da Ego irão passar por lá! Venha também!

Lançamento do livro
"A 13 de maio na Cova da Iria"

Imagem
Dia 13 de maio, data em que se assinala o primeiro centenário sobre as Aparições de Fátima, terá lugar o lançamento do livro "A 13 de maio na Cova da Iria", na FNAC do Centro Comercial Colombo, em Lisboa.
​Estão todos convidados!

" (...) os Homens, desde sempre, lidaram mal com respostas temporárias e parciais. E buscam na transcendentalidade (doutrinária ou não) respostas acabadas e absolutas." 

Aurélio Lopes, antropólogo, é o próximo autor a ver uma obra sua publicada na Ego. O livro "A 13 de maio na Cova da Iria" é uma investigação e uma reflexão profunda sobre as Aparições de Fátima, partindo de outros exemplos de Aparições pelo mundo fora e terminando naquilo que o autor espera que o futuro traga a Fátima.
Estivemos à conversa com o autor para percebermos melhor quem é e o que o move no mundo da literatura.
Imagem
​1 - Para quem não o conhece, quem é Aurélio Lopes?
As auto caraterizações são quase sempre pouco rigorosas e pouco sinceras, já agora. Portanto (e para falar apenas da valência cultural) poderei dizer que, mais que alguém que é um observador da realidade por disposição, sou professor por opção e, essencialmente, investigador por vocação.
 
2 – Os fenómenos religiosos, tais como as Aparições de Fátima, despertam a sua curiosidade? O que vê nestes fenómenos que o fascina?
Todas as áreas do conhecimento me fascinam. Especialmente aquelas em que tentamos perceber o universo que nos envolve e da qual somos parte ínfima; embora não irrelevante. E dentro dessas, aquelas que mostram que os Homens, desde sempre, lidaram mal com respostas temporárias e parciais. E buscam na transcendentalidade (doutrinária ou não) respostas acabadas e absolutas.
 
3 – Com a publicação do livro “A 13 de Maio na Cova da Iria”, revela detalhes desconhecidos do grande público sobre as Aparições de Fátima. Qual o impacto que antevê que essas revelações possam ter na sociedade?
Os detalhes (sejam eles quais forem) resultam da análise e interpretação de documentos não herméticos ou ignotos e, portanto, à disposição de quem os procure. As conclusões (sempre as possíveis) resultam, do enquadramento dos mesmos em conhecimentos estruturais de base e da aplicação de conhecidos processos de metodologia científica.
Não se trata, portanto, de nenhuma revelação ou inspiração divinas.
Mais, com certeza, de uma certa dedicação e transpiração profanas.
 
4 – Pensa que poderá haver alguma alteração da forma como o Santuário de Fátima e as Aparições são percecionadas pelo público católico com a publicação deste livro? 
Não acho que isso venha a ser muito visível. Para alguns servirá, com certeza, como repensar de verdades que se julgavam pacíficas. Para outros, como reforço (positivo ou negativo) de interpretações em aberto. Contudo tal tenderá a acontecer enquanto processos individuais e íntimos. Afinal, este estudo é mais uma contribuição no sentido de fornecer aos crentes e não crentes uma outra forma de entenderem os respetivos fenómenos. Vivemos num mundo em que a nossa perceção se vai construindo a partir da súmula de dados e opiniões a que vamos tendo acesso. Que este livro seja mais uma ferramenta para formarmos (ou reformarmos) as nossas convicções.
 
5 – A 13 de maio deste ano, o Papa visita o Santuário por ocasião do centenário das Aparições. Pensa que a Igreja poderá vir a canonizar os três pastorinhos sem a necessária realização de um milagre por sua intercessão? 
Acho que a canonização é inevitável (até para abrir caminho à necessária canonização de Lúcia, de forma a prestigiar a personagem que, afinal, esteve na origem do grande “altar do mundo” que Fátima, hoje, é. E daí, também, a Igreja ter admitido canonizar, os ditos, mesmo na ausência do determinante milagre probatório. Tal como, há algum tempo, o admitiu o Cardeal português Saraiva Martins; responsável pela Congregação da Causa dos Santos. Mas não foi preciso recorrer a tal.
Foi tornado público, muito recentemente, o despontar do tão ansiado e conveniente milagre (relacionado com a cura, por intermediação dos “pastorinhos”, de uma criança brasileira) confirmando-se, assim, o esperado acelerar dos processos.
Não conheço, naturalmente, o plano de atividades da Igreja. Mas, de forma conclusiva ou simplesmente de predisposição, esse será um assunto, aí, provavelmente anunciado.
 
6 – Tem planos para próximos títulos?
Manter-se-ão na área temática da cultualidade popular. Entre outras opções avulta o processo de investigação (já em curso) relacionado com o culto peculiar de São Gonçalo, numa investigação transatlântica: leia-se efetuado, simultaneamente, em Portugal e no Brasil; de forma convergente e numa óptica da perceção dos processos e condições de mudança.

Quarenta e um anos sem Agatha Christie

Imagem
No passado dia 12 de janeiro, assinalaram-se 41 anos sobre a morte de Agatha Christie. Quando ouvimos falar no seu nome, aquilo que imediatamente recordamos são alguns dos títulos dos mais de 60 livros que publicou e as suas famosas personagens Poirot e Miss Marple. Contudo, existem mais razões para recordar a escritora.

Desde pequena que a sua mãe a incentivou a praticar actividades que provavelmente naquela época se consideravam pouco apropriadas para uma jovem senhora: nadar no mar, navegar ou caminhar pelo Parque Nacional de Dartmoor, no Reino Unido.

Em 1911, a sua mãe levou-a a Paris para que pudesse viajar num avião. Com o seu primeiro marido, Archibald 'Archie' Christie, viajou, em 1922, pela África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Havai. Dessa aventura, a escritora ganhou um grande amor ao surf.
Para superar a morte da sua mãe e o seu divórcio, em 1928, Christie viajou em catamarã até Bagdade e foi convidada pelo arqueólogo Leonard Wooley a visitar as ruínas da cidade de Ur. Esse convite mudaria a sua vida para sempre: descobriu o  seu amor pela arqueologia. 

No ano seguinte, na sua segunda visita a Ur, conheceu Max Mallowan, arqueólogo, com quem se casou em 1930. Christie acompanhou o seu marido em todas as suas viagens de trabalho, participando ativamente na sua  catalogação, fotografando, reconstruindo cerâmica e limpando as peças de marfim com creme facial (um sistema que ela mesma inventou).  

Como director da Escola Britânica de Arqueologia no Iraque, Mallowan foi responsável pelas escavações de Nimrud entre 1948 e 1958 e foi ali que Christie começou a escrever as suas memórias, em 1950.

Nimrud está situada junto ao rio Tigre e a aproximadamente 30 quilómetros de Mossul (Iraque). Fundada no século XIII, estava protegida por uma muralha de 8 quilómetros, da qual hoje nada resta. Em abril de 2015, o Estado Islâmico difundiu um vídeo que mostrava a destruição intencional do conjunto arqueológico.

O Museu Britânico tem sido repetidamente acusado de apropriação cultural. Há sectores que exigem que devolva parte da sua coleção aos países de origem porque, na verdade, a maioria dos objetos foram obtidos por métodos pouco legais. Contudo, devemos estar gratos, de maneira excepcional, por albergar as únicas  peças sobreviventes de Nimrud, as que foram recuperadas por Mallowan com a ajuda de Agatha Christie.

​"(...) decidi escrever este livro por necessidade de libertar alguns espíritos malignos que me assombravam. Tudo isto, não como forma de glorificar aqueles comportamentos, nem com função moral, mas sim como partilha de experiências, (...)"

Brevemente, António Simão irá publicar um romance autobiográfico com a Ego, cujo cenário é a Coimbra dos Estudantes. Estivemos à conversa com o autor para percebermos melhor quem é e o que o move no mundo da literatura.
Imagem
1 - Para quem nunca ouviu falar de si, quem é o António Simão? 
Sei lá. Falar sobre esse cavalheiro é muito difícil para mim. Ele é novo e portanto conhece-se pouco. Mas tem sempre essa busca como objectivo principal. É preguiçoso mas curioso. As palavras que mais diz são desculpa e porquê. Muito precipitado também. Aliás há uma data de defeitos a corrigir, ou não. Mas é bom moço. É um homem da Serra da Estrela do ar puro e do céu estrelado, nasceu numa sexta-feira 13, passou a adolescência em Odivelas da selva de tijolo e cimento e estudou em Coimbra das Tunas e das tricanas. Licenciou-se em Gestão. Um curso do mundo real e uma arma contra o desemprego e todas as outras ameaças da nossa sociedade. Sempre revelou propensões artísticas. Compõe músicas e escreve letras. 
Agora disseram-me que vai editar um romance, sobre as suas experiências na Capital do Amor em Portugal. O resto da história, ele ainda não escreveu e acho que nem Deus quer saber. 
 
2 - Como e quando começou a escrever? 
Acho que escrevo desde sempre. Mesmo sem ser em papel. Na minha cabeça faço muitos enredos, alguns paranoicos até. Mas a minha introdução oficial foi através da poesia. Sobretudo letras que eu escrevia para músicas que também compunha. Descobri na prateleira, há uns meses, uns cadernos cheios de poemas e acordes. 
Depois muito naturalmente surgiu a necessidade de escrever ficção e narrativas mais longas, o que originou este romance e alguns contos.  
 
3 - Que autores o inspiram? 
Dostoievski, Hemingway, Hermann Hesse, Fernando Pessoa, Charles Bukowski, Hunter S. Thompson. Alguns pelo estilo literário outros pela análise profunda que conseguiram fazer acerca do ser humano. Espero relê-los durante a minha vida para me dar conta até que ponto eu percebi o que eles me queriam contar. 
 
4 - Que livro gostaria de ter sido o António a escrever?  
Nenhum dos que já foram escritos. Muitos dos que ainda estão por escrever. Por mim, espero eu. Se eu tivesse escrito algum dos livros dos autores anteriores ficava sem fasquias literárias.  
 
5 - Qual a sua ambição literária, até onde se imagina ir?  
Uma casa à beira mar e perto de Lisboa, um bar modesto, uma sala cheia de instrumentos e uma pequena secretária com papeis, lápis e um portátil para eu poder criar à vontade, sem ter de me preocupar com todas as burocracias do mundo capitalista. Tudo isto à conta da minha ambição literária, que inclui, entre outras actividades, escrever uns livros e logo se vê. 
 
6 - Onde se inspirou para a escrita do romance o que está prestes a publicar? É autobiográfico? 
Sim, é autobiográfico. Eu gosto de observar e de viver também. Ser actor e espectador. Durante três anos em Coimbra observei muitas coisas, algumas boas outras más. A minha ideia é dar às pessoas um pouco dessas observações acerca daquela cidade fantástica. Da mesma forma passou-se com os meus actos. Como tal decidi escrever este livro por necessidade de libertar alguns espíritos malignos que me assombravam. Tudo isto, não como forma de 
glorificar aqueles comportamentos, nem com função moral, mas sim como partilha de experiências, alguns arrependimentos, e resultados, para que alguém que o leia, possa retirar dessa leitura alguma coisa, nem que seja um pequeno prazer.   

LANÇAMENTO

A apresentação do romance "Os Silêncios dos Wehmeyer", de Fernanda Sande Candeias, decorreu no Hotel Palácio do Estoril no passado dia 26 de novembro e a apresentação esteve a cargo da escritora Rita Ferro.

OS SILÊNCIOS dos WEHMEYER

O romance de Fernanda Sande Candeias, que nos leva aos tempos conturbados da Guerra Civil de Espanha já está disponível, por apenas 14 euros, com oferta dos portes de envio!
Imagem

LANÇAMENTO

A apresentação do policial "Disparo Fatal", de Ana Clara Carvalho, decorreu na Biblioteca de Oeiras, no passado dia 12 de novembro.

DISPARO FATAL já disponível

Já pode adquirir o romance policial de Ana Clara Carvalho,
​em pré-venda, por apenas 12 €.
Imagem

"Quero contar histórias e levar as pessoas a entrarem num imaginário concebido por mim, onde o papel principal é sempre desempenhado um pouco por todos nós."

Brevemente, Fernanda Sande Candeias irá publicar um romance histórico baseado na Guerra Civil Espanhola. Estivemos à conversa com a autora para percebermos melhor quem é a Fernanda e quais as suas influências.
Imagem
1 - Para quem nunca ouviu falar de si, quem é a Fernanda Sande Candeias?
A Fernanda é uma mulher curiosa e genuína. Na verdade, penso que muito do que fiz até hoje resulta dessa curiosidade em conhecer histórias, locais, pessoas, com autenticidade.
Nasci no Alentejo, e para alem do orgulho e das vivências que resultam de ter nascido e vivido em Évora, até aos 22 anos, penso que os anos passados numa cidade de província foram determinantes para fazer coisas. Havia tempo. O verão quente remetia-nos para o escuro fresco das casas e inevitavelmente para os livros e para os filmes. Segui os passos do meu pai com uma licenciatura em História, na Universidade de Évora e depois para Mestrado em História Contemporânea, já em Lisboa, na Faculdade de Letras. A curiosidade, sempre ela, agora aliada a uma inquietação, levaram-me a explorar a multimédia e, mais recentemente, o marketing e os media sociais. 
A Fernanda gosta da comunicação, por isso realiza-se sendo professora de História da Cultura e das Artes, ou integrando projetos de comunicação com recurso a novas tecnologias. Em qualquer desafio profissional são as boas histórias e a forma como são contadas que a encantam. A Fernanda gostaria de ser conhecida como uma boa contadora de histórias. 

2 - Como e quando começou a escrever?
Não saberia identificar o verdadeiro momento em que comecei a escrever. Associo sempre a escrita a uns primeiros momentos em que na Universidade me envolvi na associação de estudantes e no projeto de criação de uma rádio local, associada à Universidade. A este impulso das rádios locais (na altura ainda ilegais, diga-se), correspondeu o trabalho em jornais locais e universitários. Depois surgem os blogues e outras plataformas de comunicação assentes na palavra escrita. Em tudo isto o que me desafiou foi sempre a escrita e a comunicação. Seguiu-se, depois, a escrita académica da tese de mestrado e dos múltiplos trabalhos decorrentes de formações avançadas. Também a escrita profissional, a de ofício, menos inspiradora e mais formatada. Finalmente a escrita criativa que tanto me cativa e a escrita de romance, que nos traz aqui. A esta sempre me rendi, mas só nos últimos dez anos percebi que havia uma certa necessidade de realização de obra. Aqui está ela.

3 - Que autores a inspiram?
São vários e correspondem, inevitavelmente, a diferentes fases da minha vida. Inspiram-me o Eça, Mário de Sá-Carneiro, Hemingway, Somerset Maugham, Jorge Amado, Steinbeck, Milan Kundera e a Marguerite Yourcenar, numa primeira fase. O Eça é perene. Mas, depois, surge Philip Roth, Tolstoi, o Hermann Hesse e definitivamente Virginia Woolf. Finalmente, mais madura, rendi-me a Carson McCullers, Cormac McCarthy, Jonathan Franzen, entre outros.

4 - Que livro gostaria de ter sido a Fernanda a escrever? 
Escolher apenas um? Impossível. Terei de referir pelo menos três. Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, Anna Karenina de Tolstoi e finalmente, a Mancha Humana de Philip Roth. Faz sentido?

5 - Qual a sua ambição literária, até onde se imagina ir? 
A minha ambição literária caracteriza-se de forma breve: quero contar histórias e levar as pessoas a entrarem num imaginário concebido por mim, onde o papel principal é sempre desempenhado um pouco por todos nós. Publicar significa partilhar esse universo e esse imaginário. Por isso, quero continuar a fazê-lo.

6 - Onde se inspirou para a escrita do romance histórico que está prestes a publicar?
Este romance inspirou-se em diversas histórias ouvidas ao longo de vários anos, separadas entre si, mas histórias que confluem naturalmente para o tema dos silêncios. Este também esteve latente em entrevistas que realizei a sobreviventes do regime salazarista, que viviam na raia alentejana, no contexto da preparação da minha tese de mestrado que aborda a Guerra Civil de Espanha. Refiro-me, claro, às omissões silenciosas que ocorrem quer no contexto mais pessoal e familiar, quer complexo contexto político da 2ª Guerra Mundial. 
Gosto de pensar neste romance quase como um documento fílmico, em que as imagens pessoais da família Wehmeyer se cruzam com os trágicos acontecimentos que ocorreram na Europa entre os anos 30 e 40. Esta, como muitas histórias, aborda a condição humana e a luta pela sobrevivência, num contexto em que é muito mais fácil optar por um lado da barricada. O livro faz um convite à reflexão e à aceitação do outro enquanto ser contraditório e imperfeito - na verdade, um espelho de todos nós.
​

BOB DYLAN - NOBEL  DA LITERATURA 2016

Imagem
Bob Dylan é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2016. O cantor foi agraciado pela Real Academia Sueca das Ciências por “ter criado uma nova expressão poética dentro da grande tradição americana da canção”.
Entre os favoritos à atribuição do prémio estavam o queniano Ngugi Wai Thiong'o, Haruki Murakami, Philip Rot e o poeta sírio Ali Ahmad Said Esber, para além dos menos óbvios Don DeLillo, o escritor espanhol Javier Marías ou, entre nós, Lobo Antunes ou Mia Couto. A escolha de Dylan apanhou o mundo de surpresa.

"Uma vez ia batendo num poste porque estava a ler enquanto andava na rua, mas estava muito viciada naquele livro!"

Ana Clara Carvalho é a primeira autora da Ego. Nesta pequena entrevista, fique a conhecer melhor a pessoa por trás da escritora.
Imagem
1 - Para quem nunca ouviu falar de si, quem é a Ana Clara Carvalho? 
Sou uma rapariga de 22 anos, vivo em Oeiras e estou neste momento a terminar o curso de Engenharia e Gestão Industrial. Sempre me interessei pela área de Línguas e Humanidades mas por razões diversas, acabei por enveredar pelo caminho oposto. Ainda assim, a paixão pela escrita e pelos livros nunca me abandonou.
A nível profissional, considero-me uma pessoa esforçada, responsável e com vontade de aprender. Entre amigos, costumam dizer que sou divertida. Rio-me muito facilmente!

2 - Como e quando começou a escrever? 
Ainda antes de entrar para a escola, já “escrevia” cartas para os meus pais cheias de gatafunhos, porque queria muito aprender a escrever. Quando estava na escola primária, escrevi um conto infantil que depois foi adaptado para teatro e apresentado aos pais na festa do final de ano. Mais tarde, dediquei-me às histórias de aventuras, que era o género de livros que lia na altura. Já na adolescência, descobri o género policial e desde então tornou-se o meu preferido.

3 - Porquê o género policial? 
Para mim, um bom policial deve ter a quantidade certa de suspense e, acima de tudo, deve ser capaz de surpreender o leitor de uma forma natural. Opto por este tipo de livros porque gosto da curiosidade crescente que vou sentindo, da pressa em saber quem é o assassino e do desfecho final que às vezes me deixa muito, muito surpreendida. Uma vez ia batendo num poste porque estava a ler enquanto andava na rua, mas estava muito viciada naquele livro!

4 - Que autores a inspiram? 
A minha autora preferida é a Agatha Christie, a quem (e muito bem!) foi atribuído o título de Rainha do Crime. Surpreende-me alguém ter tido uma imaginação tão fértil e ter tido tantas e tão boas ideias para crimes. Primeiro, gostava mais do Hercule Poirot, mas com o tempo fui simpatizando com a Miss Marple.
Também admiro outros autores como Georges Simenon, Raymond Chandler, Erle Stanley Gardner e mais recentemente Boris Starling.

5 - Que livro gostaria de ter sido a Ana a escrever?  
É uma pergunta difícil, mas talvez O Assassinato de Roger Ackroyd, da Agatha Christie. Não quero estragar a história a ninguém, mas tem um elemento muito original que até criou alguma polémica à volta do livro. Adorava ter tido essa ideia!

6 - Qual a sua ambição literária, até onde se imagina ir?
Gostava de continuar a dedicar-me ao género policial e manter-me fiel ao que eu considero serem boas histórias. Seria muito gratificante ficar na memória das pessoas, mas para isso sei que tenho de continuar a trabalhar e ouvir críticas e sugestões, de forma a que possa melhorar.

15 ANOS SEM JORGE AMADO 

Imagem
Jorge Leal Amado de Faria, nasceu a 10 de agosto de 1912 e viria a falecer a 6 de agosto de 2001, há 15 anos atrás. Foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de sempre e aquele que mais obras teve adaptadas ao cinema, teatro e televisão. Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tieta do Agreste e Gabriela, Cravo e Canela foram criações suas. As 49 obras literárias de Jorge Amado foram traduzidas em 80 países, em 49 idiomas diferentes, bem como em braille.

QUER TER UMA VIDA LONGA? LEIA LIVROS

Imagem
​Um novo estudo realizado pela Universidade de Yale, publicado na Social Science & Medicine, concluiu que quem lê livros (não está incluída a leitura de jornais ou revistas), mais de três horas e meia por semana, vive, em média, mais dois anos do que aqueles que não lêem de todo. O estudo, com uma amostra de 3635 participantes, demonstra que, quanto maior for o tempo de leitura, maior é o efeito positivo na longevidade do leitor.

Fonte: New York Times , Science Direct

A LITERATURA TEM UMA NOVA PERSONALIDADE - A SUA

Imagem
Nasceu a Ego, uma nova editora portuguesa.
O objectivo é claro: levar ao público a qualidade e a excelência da literatura nacional.
Acreditamos na competência e habilidade dos escritores portugueses. Não fazemos distinção entre escritores estreantes e experientes, nem nos focamos mais num estilo literário ou noutro. O nosso único critério editorial é a qualidade e essa, temos a certeza, existe, apenas precisa de uma oportunidade para se mostrar.

Contamos com uma equipa de experientes profissionais, cujo objectivo é potenciar ao máximo os manuscritos que nos forem confiados.

​Bem-vindo à Ego, uma editora com personalidade.
​ 

NOVIDADE!

Compre aqui:
Imagem

CATÁLOGO


    CONTACTE-NOS

Enviar
Powered by Crie o seu próprio site exclusivo com modelos personalizáveis.
  • Início
  • Catálogo
    • Arte
    • Autoajuda
    • Cadernos
    • Clássicos
    • Crónica
    • Ensaio
    • Ficção
    • Ficção Histórica
    • Guia
    • Humor
    • Infantil
    • Memórias
    • Puericultura
  • Autores
  • Notícias
  • Contactos
  • Ebooks Gratuitos