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À conversa com Júlia Domingues

5/29/2020

 

"Este vírus (...) dotou-nos de uma resiliência humana que nem nós sabíamos ser possível."

1. Para quem não a conhece, quem é a Júlia Domingues?
A Júlia Domingues é uma pessoa comum, como tantas outras. Todos os dias, tenho os meus receios, as minhas inseguranças, convivo com as minhas dúvidas e com as minhas incertezas. Mas depois também tenho a outra metade. A que talvez transpareça mais cá para fora. E é essa metade que costuma tomar conta de mim. É a metade que me dá as certezas, a determinação, alguma (vá, muita) teimosia e muita força. Sou uma pessoa de emoções fortes e quando sinto, sinto sempre de forma exagerada (o que nem sempre é bom) mas, de uma forma geral, isso leva-me a fazer all-in em tudo o que me proponho fazer. Sou muito determinada e focada e é essa persistência que me tem mostrado que vale a pena lutar por aquilo que queremos. A satisfação em alcançar aquilo a que nos propomos; poder olhar para trás e dizer para nós mesmos: "Consegui!" é o melhor sentimento que podemos experimentar na vida. Isso e gargalhar. Um dia sem sorrir é um dia perdido. Um segredo? Nunca depender de ninguém para ser feliz a não ser de nós mesmos. 

2. Como surgiu a ideia da criação da sua página "Só que não"? Qual o seu propósito?
Acredito que as coisas têm um tempo próprio para acontecer. A página "Só que não" aparece numa altura da minha vida em que eu precisava de me renovar. Coincide com um processo de descoberta interior e tudo acaba por acontecer de forma muito natural. Na altura, em 2016, participava numa plataforma de escrita criativa e, aos poucos, comecei a perceber que era chegada a hora de dar o salto; de ganhar asas e voar sozinha. O feedback positivo que recebia dos meus amigos foi o click necessário para eu criar uma página minha. Nos primeiros tempos escrevia essencialmente para mim – e de uma forma indireta sobre mim. Atualmente, escrevo porque encaro a escrita como uma extensão do meu trabalho. Nunca será uma obrigação – no dia em que for, deixo de escrever – mas é um compromisso que quero honrar. Por mim e por cada "gosto" que tenho nas minhas publicações. O mínimo que posso dar a cada pessoa que despende do seu tempo diário para me ler é manter-me fiel ao compromisso que firmei comigo. Isso acaba por ser o propósito da minha página. Manter-me fiel a mim e aos que me leem. 

3. Publica agora o seu primeiro livro, intitulado "Acredita". Acha que as pessoas acreditam ainda não acreditam nelas próprias?
Acho que todos precisamos de acreditar em alguma coisa. Seja em nós, em alguém, num local ou numa circunstância. Acreditar é o que nos impulsiona para a frente, é o que nos faz continuar. Ironicamente, este tempo terrível pelo qual todos estamos a passar pôs-nos à prova. Tirou-nos muitas coisas, mas devolveu-nos alguma crença em nós e na humanidade em geral. Este vírus não nos deu tempo para preparar, para escolher a melhor estratégia, para dizermos se queríamos ou não viver isto. Mas dotou-nos de uma resiliência humana que nem nós sabíamos ser possível. Todos precisámos de acreditar, a dada altura deste processo, que iríamos conseguir sair disto. E foi essa crença que fez com que fosse possível readaptarmo-nos da forma como o fizemos. E foi de tal forma que o mundo mudou para sempre. Não é por acaso que estamos a repensar a forma como vamos trabalhar daqui para a frente, como vamos socializar, como vamos continuar a ser felizes. Isso só é possível se acreditarmos. Por isso sim, acho que as pessoas, de uma certa forma, foram "obrigadas" a acreditar nelas próprias. E ainda bem, porque percebemos finalmente que acreditar em nós resulta. ​

4. Quem são as suas referências literárias? Quem gosta de ler?
Não tenho propriamente referências literárias. Gosto de perceber porque dizem que determinado autor e/ou livro é bom. Gosto de pegar num livro e identificar o estilo de escrita do autor. Nos últimos anos, faço questão de ler maioritariamente autores portugueses. E isso acaba também por ser um trabalho de investigação. Perceber como se escreve no nosso país, que tipo de vocabulário é utilizado, como terminam as "nossas" estórias. João Tordo, José Luís Peixoto, Afonso Reis Cabral, Valter Hugo Mãe, Dulce Maria Cardoso, Rodrigo Guedes de Carvalho, Afonso Cruz, foram os últimos autores portugueses que passaram pela minha mesinha de cabeceira. Atualmente, estou a ler Anna Karénina, de Lev Tolstoi, porque o que é bom é intemporal e deve ser consumido. No entanto, se tiver de escolher o livro dos livros, escolho o Livro do Desassossego de Fernando Pessoa. Porque tudo.

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5. Planos para o futuro?
Os planos e as prioridades mudaram um pouco com esta questão do vírus. Percebemos que não vale a pena fazer muitos planos a longo prazo porque, de um momento para o outro, tudo muda. No entanto, também não consigo não me preocupar ao ponto de não saber o que quero para mim daqui para a frente. Acredito que, desde que nos mantenhamos saudáveis, acabamos por dar um jeito naquilo que queremos. Uma certeza? Quero continuar a escrever. Quero trazer a escrita para um plano muito mais principal da minha vida e quero muito continuar a apostar na formação. Se é verdade que é preciso ter uma apetência natural para ter determinado talento, não é menos verdade que, se não o desenvolvermos, se não quisermos aprender mais sobre ele, seremos apenas só mais uma pessoa talentosa entre as milhares que existem por esse mundo fora. E ser talentoso(a) (já) não basta, o que nos vai mantendo à tona é sermos originais. Neste momento, estou a iniciar a escrita do meu segundo romance, vou fazer, daqui a uns dias, uma certificação internacional em Storytelling e aguardo ansiosamente para dar dar a conhecer este livro, que acaba de ser lançado, aos leitores, para que as pessoas percebam que acreditando tudo é possível. Porque a vida sabe o que faz.

​Poderá adquirir o livro autografado aqui.

Diogo Leite Castro, um escritor em busca de si próprio

2/12/2020

 

"É o que verdadeiramente me interessa na escrita, a possibilidade (ainda que improvável) de me situar num mundo cada vez mais estranho e volátil."

Diogo Leite Castro é o novo autor da Ego. Nesta pequena conversa, conta-nos o que procura na escrita e desvenda um pouco sobre o seu primeiro romance - "Descrição abreviada da eternidade".
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1. Para quem não o conhece, quem é o Diogo Leite Castro?
A resposta a essa pergunta mergulha em segredos que o próprio desconhece. Assim de repente, e para não aprofundar muito o tema, que remete para as mais variadas questões ontológicas, diria que o sujeito em questão fica sempre muito aquém do que imagina. É, pois, uma ideia ainda inacabada. ​
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2. Como é que a literatura surgiu na sua vida? Quando deu conta do seu prazer pela escrita?
Interessei-me pela leitura, e depois pela escrita, no início da minha adolescência. Sempre levei o tema muito a sério, mas só me apercebi realmente da sua importância uns anos mais tarde, quando, numa noite de passagem de ano, fui para casa mais cedo com a ideia nebulosa de que tinha um poema na cabeça que precisava de ser escrito. Infelizmente, não me recordo desse poema. 

3. Quem são as suas maiores influências literárias? Quem gosta de ler?
Gosto de ler vários géneros literários, como ficção, ensaios e filosofia. Nos últimos anos, com pena minha, perdi o hábito de ler poesia. Talvez um dia recomece, não sei. É difícil indicar um único autor, no entanto, como não vos quero deixar sem resposta, posso adiantar que a Descrição abreviada da eternidade foi fortemente influenciada por autores tão distintos e diferentes, como: Enrique Vila-Matas, Michel Houellebecq, Charles Bukowski, Sartre, Mário Cláudio, entre outros. Todos eles autores que a personagem principal (Cravel Dumas), por receio ou sedução, resolveu um dia viver por experimentação. ​
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4. "Descrição abreviada da eternidade" é o seu primeiro romance. Fale-nos um pouco sobre este livro.
Embora tenha textos publicados, este é, de facto, o meu primeiro romance. Confesso que andava a imaginar este livro há mais de cinco anos. Por isso, posso dizer que se trata de um livro que, não obstante estar a ser (só) agora publicado, em 2020, tem uma certa antiguidade. Tem a camada do tempo. Isso permitiu que as ideias fossem sendo domesticadas e amadurecidas ao longo dos anos. Neste livro, procurei identificar a importância dos outros na construção da nossa própria personalidade. Até que ponto os outros podem imiscuir-se nos nossos pensamentos, influenciá-los e moldá-los.  Perceber se, num mundo em que tudo é partilhado, como a tecnologia, a informação e a retórica, ainda existe espaço para sermos só nós.
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5. E planos para o futuro? Sobre que temas gostaria de escrever?
Sempre escrevi. E, por enquanto, não tenciono parar. Se não estiver a escrever uma narrativa, estou a escrever outra coisa qualquer. 
​O meu plano, se é que se pode dizer assim, é procurar na escrita uma forma estreita de compreender melhor a realidade.
É o que verdadeiramente me interessa na escrita, a possibilidade (ainda que improvável) de me situar num mundo cada vez mais estranho e volátil.

Agostinho Leal, um peregrino de vocação

11/14/2019

 

"Os Caminhos de Santiago são o palco perfeito para qualquer indivíduo se encontrar consigo próprio."

Agostinho Leal prepara-se para lançar dois livros com a Ego Editora: "Memórias de um Peregrino", a compilação das suas experiências no Caminho de Santiago com um toque de história e de recomendações para os mais inexperientes, e "O Caminho sob o Silêncio das Estrelas", um romance onde explora todas as emoções e sentimento que um peregrino sente ao longo daquela experiência interior. Estivemos, por isso, a conversar um pouco com o autor.
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1. Para quem não o conhece, quem é Agostinho Leal?
Ainda não sei exactamente quem sou, mas do pouco que já descobri, sou alguém que busca, que não aceita a formatação inicial e procura algum sentido para a vida. Sou um bocado “despassarado” e, mesmo sendo capaz de observar um pequeníssimo pormenor de uma flor ou de um insecto, por vezes não reparo numa enorme mansão ou num carro de alta cilindrada. Para além da minha família, adoro o convívio com toda a gente, principalmente quando em contacto com a natureza.
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2. Pelos seus livros, percebe-se a sua paixão pelos Caminhos de Santiago. O que o atrai tanto neste caminho?
Os Caminhos de Santiago são o palco perfeito para qualquer indivíduo se encontrar consigo próprio. Não só porque proporcionam o contacto com a natureza, mas também a descoberta da história nos monumentos e nas simples pedras que pisamos, assim como no relacionamento com todo o tipo de culturas. Embora tenha uma vertente muito religiosa, não se limita a ela e abre-se a todo o tipo de meditação ou reflexão, sendo um Caminho de busca interior, busca espiritual, revelação e transformação do próprio Eu que em nós habita. Mais importante ainda é a magia que cria, quando ensina à superação e ao desapego, primeiro dos bens materiais mais supérfluos e depois às questões espirituais que não são essenciais para a nossa vida.

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3. Os seus livros "O Caminho sob o Silêncio das Estrelas" e "Memórias de um Peregrino" são assumidamente livros muito inspirados na sua experiência pessoal. É essa a sua forma preferida de escrever?
Sem dúvidas! Adoro escrever sobre tudo o que consigo vivenciar e tenho tido a sorte de viver um percurso de vida muito rico. O facto de ser forçado a abandonar a escola e começar a trabalhar muito cedo, numa fábrica, com apenas 12 anos, aliado à formação militar que adquiri ao longo da minha carreira como Sargento Pára-quedista, fizeram de mim um lutador e, ao mesmo tempo, uma pessoa de alma cheia. No meu caso, abandonar a escola não foi abandonar a busca pelo conhecimento. Pelo contrário, baseei-me na leitura e tudo devorava, com especial ênfase para a história e a filosofia, que mais tarde facilitou o meu percurso académico quando regressei à escola em horário nocturno. Daí o meu conhecimento ser muito baseado na experiência pessoal e daí este gosto enorme por transcrevê-lo, no intuito de partilhar as minhas vivências. Mas foi nos Caminhos de Santiago que consegui conhecer um pouco do outro Eu que habita em mim e foi lá que senti a necessidade de transmitir as minhas vivências, podendo assim ser útil aos meus semelhantes.
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4. Quem são as suas maiores influências na literatura?
As minhas preferências literárias são muito vastas pelo que fui moldado por muitos autores. Posso destacar Robert Louis Stevenson, cuja “Ilha do Tesouro” despertou a minha paixão pela natureza. Uma das suas frases que mais me tocou foi “Nada mais peço: o céu sobre a minha cabeça e o caminho debaixo dos meus pés" que até influenciou o título do meu romance “O Caminho sob o Silêncio das Estrelas”. Dos clássicos, destaco Eça de Queirós, Alves Redol e Aquilino, que me apaixonaram pela verdadeira realidade da vida difícil dos campos e das montanhas do interior de um país pobre e desigual.
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5. Que planos para mais livros tem para o futuro?
Sempre gostei de escrever, principalmente sobre a vida ao ar livre, e até já escrevi alguns poemas que talvez um dia venha a publicar. No entanto, nunca planeei o que quer que fosse. Simplesmente escrevo e, depois, os pedacinhos vão ganhando forma. Aconteceu assim com o meu romance, que inicialmente pretendia apenas escrever sobre os meus caminhos. No entanto, quando pensei em dar-lhe forma, não me senti muito à vontade em partilhar algumas intimidades e então resolvi partir para a ficção. No entanto, depois de incentivado a partilhar as minhas memórias, fi-lo com toda a naturalidade em “Memórias de um Peregrino”. Actualmente, tenho já estruturado um romance passado num outro caminho em pleno Séc. XVIII, estando já em fase de pesquisa sobre as formas de vida nessa época. E depois logo se vê… Tenho muito para contar da minha infância e da adolescência. Mas não penso em metas, prefiro ir vivendo o Caminho.

À conversa com Tiago Dores

10/29/2019

 

 "(...) acho que a análise política tinha saudades minhas."

1. As crónicas que publica no Observador desde 2018, e que agora estão compiladas neste livro, têm um notório pendor político. Tinha saudades da análise política?
Sim, tinha saudades da análise política. Mas, mais do que isso, acho que a análise política tinha saudades minhas. Além de me parecer que há pouca análise política nas televisões e nos jornais. Era sem dúvida a altura certa para regressar. ​

2. Todos os seus textos estão muito bem fundamentados. Como é o seu método de trabalho?
O meu método de trabalho é idêntico ao que qualquer aluno do 9º ano usa para fazer os seus trabalhos de casa: pesquiso no Google e depois faço copy/paste de tudo.

3. Há alguns anos, houve um debate sobre se todos os humoristas seriam de esquerda. Identifica-se com algum espectro político?
Durante a maior parte da minha vida fui de esquerda. Mas depois li umas coisas e concluí que a busca incessante da esquerda pela igualdade de resultados é uma séria ameaça à liberdade e acaba invariavelmente em catástrofe. Portanto, resumindo bastante, considero-me uma pessoa de direita.

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4. A quem espera que o seu livro chegue? Quais as suas expectativas?
Espero que chegue a um vasto leque de leitores, que exceda em número para aí os dezassete.

5. Como vê o panorama político nacional? Têm algum receio em relação aos próximos 4 anos?
Vejo-o com o entusiasmo de quem - ainda que com algum receio - tem muita curiosidade em conhecer o resto do guarda-roupa do assessor da deputada do Livre, Joacine Moreira.

Paula Veiga, uma escritora apaixonada pela História

10/11/2019

 
"O que me influencia verdadeiramente é uma conversa com os amigos (...)"
1 - Para quem não a conhece, quem é a Paula Veiga? 
Nasci em Lisboa, em 1963. Cresci e fui educada com as irmãs, na primeira infância em Odemira e depois na Amora, concelho do Seixal. Actualmente resido, com o marido e os seus gatos, em Arruda dos Vinhos.  
Cursei solicitadoria no Centro de Estudos Judiciários e mais tarde estudei na Universidade Clássica de Lisboa, onde me formei em Direito. Trabalhei durante vários anos como advogada num grande empreiteiro de obras públicas, mas acabei por abandonar a profissão. Presentemente exerço a actividade de consultora, mantendo-me dividida entre o direito e a escrita.  
Gosto de viajar, de fotografia e desce cedo que o meu contacto com os livros me despertou o interesse pela história em geral e fez de mim uma leitora compulsiva. 
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2 - Como é que a literatura surgiu na sua vida? Quando deu conta do seu prazer pela escrita? 
Desde muito jovem que sou apaixonada pela leitura. Recentemente tenho enveredado pela leitura de Romances Históricos, porque gosto sempre de saber mais sobre determinados temas. Foi este encantamento pela leitura que me levou a escrever, a querer contar histórias. 
Mas este gosto pela escrita veio mais tarde, num passado muito recente. Comecei por tentar escrever um romance e desde essa data nunca mais parei. Gosto fundamentalmente de pesquisar e estudar um tema que escolho e depois deixo fluir. Publiquei o meu primeiro livro, Leonor, a Imperatriz do Sacro Império Romano-Germânico, em 2014, em 2015 publiquei o Medalhão da Marquesa e em 2017, a Rainha Perfeitíssima.     ​
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3 - Quem são as suas maiores influências na literatura? Quem gosta de ler? 
Relativamente a escritores estrangeiros, gosto especialmente de Ken Follett, Ildefonso Falcones, Júlia Navarro, Morris West, Erich Maria Remarque e muitos outros.  
Os escritores portugueses que merecem a minha especial atenção são José Saramago, Eça de Queirós, Domingos Amaral, Isabel Stilwell, José Rodrigues dos Santos, Maria João Lopo de Carvalho e Miguel Sousa Tavares.  
Contudo, julgo que não é nenhum destes autores que tem influência em mim, ou na minha escrita. O que me influencia verdadeiramente é uma conversa com os amigos, uma viagem, uma visita cultural, a leitura de um bom livro, o visionamento de um filme interessante… 
 
4 - "A Rainha Magnânima" conta a história verídica da rainha consorte Maria Ana de Áustria. O que a levou a interessar-se por contar a história desta rainha? 
Assim que conheci a sua história, fiquei logo com vontade de a contar, porque acho que muita gente não a conhece, e isso é uma pena. Maria Ana, arquiduquesa de origem austríaca, foi rainha consorte de Portugal, durante o século do ouro, entre os anos de 1708 e de 1750. Era uma mulher erudita, falava várias línguas, o alemão, o francês, o italiano, o espanhol, o português, lia o latim e entendia o inglês. Possuía igualmente, uma vasta cultura musical e era uma excelente executante do cravo, que introduziu na corte. Esta rainha viveu um casamento de aparências, foi sujeita a grandes humilhações e traições, mas quase sempre se resignou com magnificência, sofrendo em silêncio. Sentou no trono três filhos, D. Maria Bárbara, rainha consorte de Espanha, D. José I e D. Pedro III, ambos reis de Portugal. 
Para além de contar a história da rainha, neste livro procurei fazer um retrato da corte do Império Português, em meados do século XVIII, durante o reinado do Rei-Sol Português, conhecido pelo cognome de “Magnânimo” e também “rei-freirático”, devido ao seu envolvimento e apetite sexual pelas servas de Deus. A devassidão dos conventos era naquela época uma constante e, muitos nobres e religiosos frequentavam-nos regularmente. O mosteiro de Odivelas, entre outros, era muito procurado pelos favores sexuais prestados pelas freiras, como a Madre Paula. Era uma sociedade onde os escândalos sexuais se sucediam e os comportamentos licenciosos e a promiscuidade atingiam níveis inaceitáveis para a moral cristã. 

5 - E planos para o futuro? Que livro se segue?
Já escrevi vários romances históricos que ainda não foram publicados. 
Os temas passam pela Segunda Grande Guerra, a Implantação da República e o Império Romano em Portugal. Neste momento estou já a corrigir uma obra sobre as Invasões Francesas na Península Ibérica. Para além disso, estou a pesquisar para um futuro livro sobre uma duquesa que queria ser rainha.

Jorge Almeida, autor de "A Célula de Lisboa"

5/7/2019

 
 “Hei-de entrar no paraíso de folha de papel e caneta na mão”.
1 - Para quem não o conhece, quem é o Jorge Almeida?
Sou jornalista há 28 anos e estou na RTP desde 1996, onde tenho estado praticamente em exclusivo na área da Grande Reportagem e Documentário. Para além do jornalismo, escrevi três livros de não ficção (Patrick Monteiro Barros, Uma Vida à Bolina (2017); O Mistério do Bolama – Acidente ou Sabotagem” (2014); Todos os Ventos do Mundo (2003) e dois livros infantis. Tenho também dedicado o meu tempo à escrita de argumentos. Sou coautor da história original e do guião do filme “Um Tiro no Escuro” (2005) realizado pelo Leonel Vieira e com o Joaquim de Almeida como ator principal e autor da ideia original da minissérie televisiva “Conexão” (2011), uma coprodução luso-espanhola. 
Na minha vida pessoal, sou um amante do mar, cinema, literatura e história.

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2 - Como é que a literatura surgiu na sua vida? Sempre gostou de ler e de escrever?
Desde que me recordo sempre gostei de ler e escrever, o que está intrinsecamente ligado à minha profissão. Curiosamente, comecei a escrever guiões para cinema antes de publicar um livro. É uma das áreas onde tenho mais prazer escrever mas infelizmente em Portugal é um mercado muito pequeno e fechado. A literatura começou com livros de não-ficção, tive necessidade de ir mais além das Grandes Reportagens que tinha realizado. 

3 - Quem são as suas maiores influências na literatura?
Acho que as minhas maiores influências na literatura são Ernst Hemingway, Gabriel García Márquez e Thomas Mann. Tenho uma profunda admiração por estes escritores mas na realidade, acho que quem escreve é influenciado por tudo o que o rodeia.

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4 - "A Célula de Lisboa" é um romance de espionagem. É um tema que lhe interessa? Porquê?
O tema dos serviços secretos, das forças especiais e da segurança sempre despertaram o meu interesse pelo secretismo que envolvem. O que me interessa sobretudo é o comportamento humano nestas áreas reservadas, a nível psicológico. Costumo ler sobre estes assuntos que já têm sido abordados no meu trabalho. Fui o primeiro jornalista que conseguiu filmar o DAE e o GISP.  

5 - E planos para o futuro? Já tem?
Parafraseando Vergílio Ferreira, um dos escritores portugueses que mais admiro, “Hei-de entrar no paraíso de folha de papel e caneta na mão”.

Carmen Garcia, uma Mãe imperfeita

10/19/2018

 

"Andava irritada com aqueles grupos de mães cheios de fundamentalistas que faziam um bullying desgraçado sobre mães com ideias diferentes."

"Os 10 Mandamentos de uma Mãe imperfeita" é o novo livro da Ego que está quase a chegar. Carmen Garcia, a Mãe imperfeita autora da obra, fala aqui um pouco sobre si e sobre o que a levou a criar a página de facebook "A Mãe imperfeita", onde aborda de forma descomplexada todos os temas ligados à maternidade.
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1. Para quem não a conhece, quem é a Carmen Garcia
Credo, começamos logo assim com a pergunta que vale um milhão de dólares? Espero saber responder de forma mais sintética um dia mas hoje ainda não sei. Sou tantas coisas… Sou uma mulher que ainda se acha uma menina e nem percebe bem como é que, de repente, tem dois filhos. Sou uma enfermeira apaixonada pelo que faz mas desiludida com a falta de reconhecimento da minha profissão. Sou uma adepta do Sporting que grita palavrões no estádio. Sou tia de sete sobrinhos. Sou uma má cozinheira mas uma bastante aceitável pasteleira. Sou uma pessoa ansiosa e que fala muito e muito depressa. Sou boa a pedir desculpas mas tenho um problema grave de falta de filtro. Sou frontal e honesta mesmo quando sei que me vai fazer doer. Sou uma leitora ávida. E já chega. Voltem a perguntar-me isto lá para os oitenta anos que devo ter uma resposta mais esclarecida e objectiva. Também devo estar viva. Pelo menos é esse o plano.

2. De onde surgiu a ideia para a criação da página A Mãe Imperfeita?
A página surgiu por três motivos:
1.º - Estava absolutamente cansada da visão cor-de-rosa da maternidade que dominava as redes sociais. Para onde quer que olhasse só via mães giras, bem penteadas e vestidas com roupa da moda, sem olheiras e com casas grandes e arrumadas. E eu, cansada, despenteada, quase sempre com pijamas bolçados e com a casa a precisar de mim, comecei a pensar que não podia ser a única, que deviam existir mais mães como eu. Era preciso encontrá-las.
2.º - Andava irritada com aqueles grupos de mães cheios de fundamentalistas que faziam um bullying desgraçado sobre mães com ideias diferentes. Porque raio havia de ser tão importante dar leite de mama ou de lata, usar os bebés no pano ou no ovinho, dar papas caseiras ou industriais? Sempre acreditei que cada mãe deve ser livre de fazer as suas próprias escolhas, sem críticas. Era preciso fomentar a solidariedade e a empatia entre mães. O todas diferentes, todas iguais faz muito sentido também na maternidade.
3.º - O meu filho Pedro é surdo. Sou mãe de um menino que usa prótese auditiva bilateral e isso é a coisa mais normal do mundo só que as pessoas não o sabem. A página permite-me falar da surdez de forma descomplicada, a tratar os bois pelos nomes e a desmistificar crenças erróneas. A mãe imperfeita serve muito para tratar da diferença, para que percamos o medo de falar sobre as particularidades dos nossos filhos tão perfeitos na sua imperfeição.
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3. Depois da página, chega agora o livro “Os 10 Mandamentos de uma Mãe Imperfeita”. Qual a mensagem que pretende passar com este livro?
O livro não é mais do que uma continuação do que faço diariamente nas redes sociais mas de forma um bocadinho mais organizada. Cada capítulo do livro é dedicada a uma temática concreta (um “mandamento”) e falo sobre elas partindo sempre da minha experiência pessoal. Não é um guia nem um livro que pretenda ensinar nada a ninguém. O grande objectivo do livro é que muitas mulheres percebam que não estão sozinhas, que há mais mães como elas, a passar pelo mesmo. E tento fazê-lo de forma simples, frontal e muitas vezes bem-disposta, sem o filtro cor-de-rosa tão característico da maternidade. Mas há um bocadinho de tudo por lá… Desde humor (incluindo um best of da minha crónica semanal sobre grupos de mães) até um pequeno conto que escrevi para ilustrar as mudanças na vida de uma mulher que se torna mãe.
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4. Quais são os seus objectivos para a página e para o livro? Até onde quer chegar?
Quatro perguntas, duas delas super difíceis. 50% desta entrevista é praticamente assustadora… Mas vamos lá. A página dá-me gozo, fez-me uma companhia brutal na gravidez do João que passei quase toda em casa a cumprir repouso. As pessoas que me leem nem imaginam o quanto já me deram. E enquanto eu sentir isso, enquanto sentir gozo, prazer em escrever, a página vai continuar. É um projecto que me é muito querido. Não sei onde vai chegar ou se vai realmente chegar a algum lado mas só assim como está já está óptima. Quanto ao livro, já disse à Ego que se vender mil exemplares vou ao Marquês. Gostava realmente que este livro me abrisse portas para escrever mais. Gostava muito de escrever um livro de contos e tenho há uns anos uma ideia alucinante para uma distopia. Mas vamos a um passinho de cada vez. E agora vou para a cama que estas horas são impróprias para uma mãe de família. Mesmo que seja imperfeita.

À conversa com Daniel Nunes de Sousa

10/11/2018

 

"Sonhar que este livro chegará a um milhão de exemplares foi, possivelmente, a minha maior ambição."

Prestes a chegar às livrarias, "Uma lágrima na face da Índia" marca a estreia de Daniel Nunes de Sousa na ficção. Um romance extraordinário sobre algumas das mais vis tradições da Índia. Para dar a conhecer um pouco mais sobre este livro e o seu autor, estivemos à conversa com o Daniel.

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1. Para quem não o conhece, quem é o Daniel Nunes de Sousa?
O Daniel é distraído. É activo. Levanta-se, durante um jantar com amigos ou família, três a quatro vezes para pôr o corpo em movimento, por isso ele gosta de viajar e é o eterno estudante, que gosta de aprender continuamente. O Daniel gosta de conversar, e tem facilidade em comunicar, mas não é dotado para longas conversas, por isso também gosta do silêncio e sabe saboreá-lo bem (mas não gosta da solidão). O Daniel não gosta de dormir muitas horas, e sob qualquer circunstância põe o despertador tocar cedo e vai caminhar ou fazer uma corrida, por isso ele adora a frescura das manhãs e gosta de desporto. O Daniel gosta de pensar que um dia casará no Bali, e que a sua casa será grande e acolhedora, onde fará churrascos descontraídos com os amigos e a família, por isso ele gosta de saborear um copo de vinho e ouvir música popular e dançar desajeitadamente até as garrafas ficarem vazias. Mas o Daniel também gosta de pensar e sentir o homem voluntário que existe dentro de si, que larga tudo a troco de nada, e parte para algum lugar para ajudar quem mais precisa, por isso ele fez voluntariado com velhinhos e sonha um dia fazer voluntariado internacional. Isto resume-o muito bem.
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2. Sempre teve a ambição de se tornar escritor? Como surgiu a paixão pela literatura na sua vida?
Escrever não é uma necessidade diária para mim, como muitos outros escritores dizem ser. Eu acredito que a escrita é a minha vocação, por isso sempre me senti confortável a escrever. Estou plenamente certo de que, para sermos bons, precisamos de ler e escrever muito, e o meu livro é o resultado de sete revisões e milhares de páginas escritas. O processo de criação é para mim fascinante e, durante um grande período de tempo, ficava ansioso pelo dia seguinte, para voltar a mergulhar na obra. Descobri o que significa verdadeiramente fazer um trabalho em que nos sentimos fluir, onde não existe nem tempo nem espaço. Há, sim, um agradável estado de presença entre o escritor e os personagens, e isso faz-nos sentir e viver uma realidade paralela ao mundo físico. Tudo, depois, parece girar em torno do processo criativo. À medida que fui amadurecendo o escritor que vive em mim, tornou-se cada vez mais claro que queria fazer isto a tempo inteiro, mas as dificuldades que estão inerentes a esta área tão difícil não tardaram a chegar assim que terminei a obra. Agora, estou consciente que devo ser, por enquanto, muitas coisas ao mesmo tempo. Um dia, quem sabe, poderei ser escritor a tempo inteiro. Um passo de cada vez, ou, por outras palavras: um livro de cada vez.
​

3. Quem são as suas referências literárias?
As minhas referências não são literárias. São, sobretudo, as pessoas e o que me rodeia. São as minhas experiências no mundo e tudo aquilo que eu penso e sinto sobre as coisas. São as duas pessoas que, ao longo dos últimos três anos e meio, leram a minha obra parágrafo a parágrafo e me disseram: isto não faz sentido. Pensa comigo. Há melhor referência literária do que isto? Depois, sim, tenho como grandes mestres o Zweig, o Tchekhov e o Casanova.
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4. O seu primeiro romance, prestes a ser lançado, intitulado "Uma lágrima na face da Índia" fala sobre a violência que é exercida sobre as mulheres na Índia. Porque escolheu este tema?
Recentemente conheci uma palavra que me marcou profundamente: maktub. Na cultura árabe, significa está escrito ou tinha que acontecer. Eu, cada vez mais, acredito que nós fazemos apenas uma parte de um trabalho e o destino encarrega-se do resto. Tudo isto para dizer que eu não escolhi o tema, acredito vivamente que o tema me escolheu.
​A ideia original era escrever um romance sobre uma viagem que eu próprio queria para mim. Sabia exactamente como começá-lo, porque passei meses a imaginar como essa viagem seria. Quando o meu personagem chegou à Índia, tive que fazer uma pesquisa exaustiva sobre a cultura do país. Foi, nesta fase, que tive conhecimento de uma cultura onde a postura de macho indiano, que maltrata as mulheres, é amplamente aceite pela sua cultura; onde o nascimento de uma menina é indesejado e a violação sexual dentro do casamento é legal. 
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Durante muito tempo pensei que precisava de encontrar soluções para os problemas, porque queria muito ajudar, mas depois percebi que estava a ser demasiado ambicioso e a minha única função, enquanto escritor, passava por mostrar o que se está a passar na Índia (e em tantos outros países do mundo). A sensibilização, para mim, é um dos primeiros passos para fazermos e mudarmos alguma coisa. Então, capítulo a capítulo, fui juntando a ficção com a realidade, procurando sempre, em cada detalhe, tratar o tema com profundo respeito e dedicação. ​​
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5. Agora que o primeiro passo está dado, quais são as suas ambições? Até onde se vê a ir neste difícil mundo da literatura?
Eu já pensei mais na chegada do que na caminhada. Sonhar que este livro chegará a um milhão de exemplares foi, possivelmente, a minha maior ambição. Agora tenho os pés assentes na Terra, por isso tenho plena consciência que tanto poderá vender meia-dúzia como um milhão. A sorte, o destino e o esforço jogarão juntos. Como não posso fazer nada em relação ao destino e à sorte, todas as minhas forças centrar-se-ão em colocar o livro nas livrarias de Norte a Sul do país; pô-lo nos mais vendidos até ao final do ano e, mais tarde, levá-lo para fora de Portugal.  aqui para editar.

Nuno Garoupa lança "A Direita Portuguesa"

10/2/2018

 
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"(...) a direita vive uma crise estrutural que começou com a queda de Cavaco em 1995 e se prolonga já por mais de duas décadas."

Nuno Garoupa acaba de lançar "A Direita Portuguesa - da Frustração à Decomposição", um livro que reúne as suas crónicas de análise política ao comportamento do PSD e CDS ao longo dos últimos 12 anos. Estivemos à conversa com o autor, para falarmos um pouco sobre a sua nova obra.

1.  O Prof. Nuno Garoupa é um activo comentador da política nacional, com opinião política publicada em vários órgãos de comunicação social e também nas redes sociais, apesar dessa não ser a sua actividade profissional. Fá-lo por uma questão de cidadania activa, por gosto pessoal ou alimenta alguma ambição política? 
A minha actividade profissional não é a política, nem passa por Portugal. Em 25 anos de carreira profissional nunca desempenhei nenhum cargo de nomeação partidária ou política. Fora da universidade, o meu período na FFMS foi uma excepção, mas numa lógica de compromisso com uma sociedade civil mais forte. A cidadania activa pode fazer-se dentro dos partidos (como fiz no passado) e fora dos partidos (como tenho feito nos últimos 15 anos). E assim penso que continuará, dentro dos limites geográficos que a minha actividade profissional possa permitir. 
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2. O livro "A Direita Portuguesa - da Frustração à Decomposição" reúne textos dos últimos 12 anos onde analisa, muito criticamente, o comportamento da ala direita - PSD e CDS, quer na oposição quer no Governo. Hoje em dia, estes partidos têm líderes muito diferentes. Prevê alguma diferença fundamental no comportamento destes partidos nos próximos anos?
 A tese do livro é que a direita vive uma crise estrutural que começou com a queda de Cavaco em 1995 e se prolonga já por mais de duas décadas. Não creio que os partidos, PSD e CDS, estejam em condições de inverter a decomposição em curso. O aparecimento da Aliança, enquanto cisão do PSD, também não me parece que venha alterar a crise da direita. Pelo contrário, conjunturalmente, reforça a sensação de desorientação na área à direita do PS.
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​3. Um pouco por todo o Mundo, os movimentos extremistas têm vindo a alastrar, em particular na Hungria, Polónia, Itália, Brasil e EUA, onde o Nuno trabalha actualmente. Pensa que esses movimentos poderão crescer em Portugal, onde são pouco expressivos, e chegar à Assembleia da República ou ao Governo, por exemplo?

 As razões que explicam o sucesso desses movimentos difere de país para país. Neste momento, comparando com 1995, existe quase mais um milhão de votos fora dos partidos representados na AR. Logicamente isso pode ser uma base eleitoral de um movimento novo e eleitoralmente importante. Mas não penso que seja mobilizada por agendas extremistas. Vejo mais provável um discurso anti-corrupção ou anti-atuais partidos do que um discurso populista como Trump ou Bolsonaro. Também acho que a persistente imutabilidade do sistema pode levar a uma Orbanização do regime, mas num pendor mais judiciário do que imigratório ou económico. 

 
 4. Este não é o seu primeiro livro mas é o primeiro a juntar grande parte da sua opinião publicada. Que planos literários tem para o futuro?
 Neste momento são dois volumes [o atual livro mais um segundo volume a publicar em 2019] que juntam grande parte da minha intervenção pública. Penso manter a atual coluna no Público [coluna de Jano, com a Professora Susana Peralta] por mais uns tempos. E depois logo veremos. ​

Luís Ferreira e a reedição de "Entre o Silêncio das Pedras"

9/3/2018

 

"Pretendi ao longo deste livro demonstrar a magia do Caminho e ao mesmo tempo dá-lo a conhecer, nas suas mais diversas vertentes."

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Agora que a Ego prepara a reedição do primeiro romance de Luís Ferreira - "Entre o Silêncio das Pedras", que já pode adquirir em pré-venda aqui, estivemos à conversa com o autor, para descobrirmos um pouco mais sobre este romance que é já um clássico e sobre como começou o seu Caminho literário.

1.       Entre o Silêncio das Pedras foi o seu primeiro romance. Como foi a experiência de o escrever?
Desde já o meu muito obrigado pela oportunidade e por este convite para dar a conhecer o meu trabalho. O “Entre o silêncio das pedras” foi o momento de viragem na minha escrita, atendendo que até aí apenas escrevia poesia e pequenos contos. Após fazer o Caminho de Santiago em 2011, fiquei apaixonado pelo tema, ao ponto de dedicar grande parte do meu tempo à investigação e à leitura de assuntos relacionados com o próprio Caminho.
Foi o livro que de certa forma me ocupou mais tempo, dado que a sua conceção levou cerca de 1 ano. Pretendi ao longo do mesmo demonstrar a magia do Caminho e ao mesmo tempo dar a conhecer o mesmo, nas mais diversas vertentes (histórica, social, espiritual). Posso dizer que na altura quanto mais escrevia, mais envolvido estava e cheguei a comentar que às tantas, não sabia se era o Luís que escrevia o Pedro (personagem principal do romance), se era este, que escrevia a carreira literária do Luís, tal foi a relação criada com a personagem e com o próprio livro. Ainda hoje, passado estes anos, este livro é para mim um marco no meu percurso e para muitos a minha melhor obra até ao momento.
 
2.       Desde que foi publicada a 1ª edição, em 2012, o livro já chegou a muitos leitores. Ficou surpreendido?
Tenho alguma dificuldade em responder a isto, dado que quando escrevemos temos sempre o sonho ou o desejo de chegar ao maior número de leitores. Agora, claro que foi a viragem na minha carreira literária e ter entre mãos um dos livros, em português, dos mais procurados sobre o Caminho de Santiago e atravessando fronteiras é sem dúvida uma grande responsabilidade e isso sim, surpreendeu-me.
 
3.       Em que medida este livro moldou a sua carreira literária?
De certa forma já fui respondendo a isto nas perguntas anteriores. O “Entre o silêncio das pedras” foi e é um marco na minha carreira literária, pois permitiu-me sair da minha zona de conforto, que era a poesia e abraçar um outro género literário. Contudo, mais que a obra literária, foi o próprio Caminho de Santiago, que permitiu esta descoberta e esta mudança. Foi o Caminho que me inspirou a escrever a obra e permitiu que me apaixonasse pelo tema. O “Entre o silêncio das pedras” apenas permitiu, à posteriori, abrir algumas portas e horizontes, de modo a tornar a minha escrita mais conhecida.
 
4.       Quais são os seus objetivos com esta 4ª edição? Onde espera que este livro chegue?
Os objetivos são os semelhantes a todos os livros que edito, chegar ao maior número de leitores. Naturalmente sei que é algo que não depende de mim, mas à semelhança de qualquer obra, existem sempre grandes expetativas. Como costumo dizer, o sucesso de qualquer livro é aquilo que os leitores quiserem e o “Entre o silêncio das pedras” não foge a essa realidade. Desejo naturalmente, que a 4ª edição possa abrir, de vez, o caminho para o reconhecimento da minha escrita, acima de tudo por parte do mercado livreiro. Costuma dizer-se que o sonho comanda a vida, cabe agora ao leitor dar a resposta.
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