"Este vírus (...) dotou-nos de uma resiliência humana que nem nós sabíamos ser possível."1. Para quem não a conhece, quem é a Júlia Domingues? A Júlia Domingues é uma pessoa comum, como tantas outras. Todos os dias, tenho os meus receios, as minhas inseguranças, convivo com as minhas dúvidas e com as minhas incertezas. Mas depois também tenho a outra metade. A que talvez transpareça mais cá para fora. E é essa metade que costuma tomar conta de mim. É a metade que me dá as certezas, a determinação, alguma (vá, muita) teimosia e muita força. Sou uma pessoa de emoções fortes e quando sinto, sinto sempre de forma exagerada (o que nem sempre é bom) mas, de uma forma geral, isso leva-me a fazer all-in em tudo o que me proponho fazer. Sou muito determinada e focada e é essa persistência que me tem mostrado que vale a pena lutar por aquilo que queremos. A satisfação em alcançar aquilo a que nos propomos; poder olhar para trás e dizer para nós mesmos: "Consegui!" é o melhor sentimento que podemos experimentar na vida. Isso e gargalhar. Um dia sem sorrir é um dia perdido. Um segredo? Nunca depender de ninguém para ser feliz a não ser de nós mesmos. 2. Como surgiu a ideia da criação da sua página "Só que não"? Qual o seu propósito? Acredito que as coisas têm um tempo próprio para acontecer. A página "Só que não" aparece numa altura da minha vida em que eu precisava de me renovar. Coincide com um processo de descoberta interior e tudo acaba por acontecer de forma muito natural. Na altura, em 2016, participava numa plataforma de escrita criativa e, aos poucos, comecei a perceber que era chegada a hora de dar o salto; de ganhar asas e voar sozinha. O feedback positivo que recebia dos meus amigos foi o click necessário para eu criar uma página minha. Nos primeiros tempos escrevia essencialmente para mim – e de uma forma indireta sobre mim. Atualmente, escrevo porque encaro a escrita como uma extensão do meu trabalho. Nunca será uma obrigação – no dia em que for, deixo de escrever – mas é um compromisso que quero honrar. Por mim e por cada "gosto" que tenho nas minhas publicações. O mínimo que posso dar a cada pessoa que despende do seu tempo diário para me ler é manter-me fiel ao compromisso que firmei comigo. Isso acaba por ser o propósito da minha página. Manter-me fiel a mim e aos que me leem. 3. Publica agora o seu primeiro livro, intitulado "Acredita". Acha que as pessoas acreditam ainda não acreditam nelas próprias? Acho que todos precisamos de acreditar em alguma coisa. Seja em nós, em alguém, num local ou numa circunstância. Acreditar é o que nos impulsiona para a frente, é o que nos faz continuar. Ironicamente, este tempo terrível pelo qual todos estamos a passar pôs-nos à prova. Tirou-nos muitas coisas, mas devolveu-nos alguma crença em nós e na humanidade em geral. Este vírus não nos deu tempo para preparar, para escolher a melhor estratégia, para dizermos se queríamos ou não viver isto. Mas dotou-nos de uma resiliência humana que nem nós sabíamos ser possível. Todos precisámos de acreditar, a dada altura deste processo, que iríamos conseguir sair disto. E foi essa crença que fez com que fosse possível readaptarmo-nos da forma como o fizemos. E foi de tal forma que o mundo mudou para sempre. Não é por acaso que estamos a repensar a forma como vamos trabalhar daqui para a frente, como vamos socializar, como vamos continuar a ser felizes. Isso só é possível se acreditarmos. Por isso sim, acho que as pessoas, de uma certa forma, foram "obrigadas" a acreditar nelas próprias. E ainda bem, porque percebemos finalmente que acreditar em nós resulta.
5. Planos para o futuro?
Os planos e as prioridades mudaram um pouco com esta questão do vírus. Percebemos que não vale a pena fazer muitos planos a longo prazo porque, de um momento para o outro, tudo muda. No entanto, também não consigo não me preocupar ao ponto de não saber o que quero para mim daqui para a frente. Acredito que, desde que nos mantenhamos saudáveis, acabamos por dar um jeito naquilo que queremos. Uma certeza? Quero continuar a escrever. Quero trazer a escrita para um plano muito mais principal da minha vida e quero muito continuar a apostar na formação. Se é verdade que é preciso ter uma apetência natural para ter determinado talento, não é menos verdade que, se não o desenvolvermos, se não quisermos aprender mais sobre ele, seremos apenas só mais uma pessoa talentosa entre as milhares que existem por esse mundo fora. E ser talentoso(a) (já) não basta, o que nos vai mantendo à tona é sermos originais. Neste momento, estou a iniciar a escrita do meu segundo romance, vou fazer, daqui a uns dias, uma certificação internacional em Storytelling e aguardo ansiosamente para dar dar a conhecer este livro, que acaba de ser lançado, aos leitores, para que as pessoas percebam que acreditando tudo é possível. Porque a vida sabe o que faz. Poderá adquirir o livro autografado aqui. Os comentários estão fechados.
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Próximos Lançamentos e Apresentações
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